A oração do Pai Nosso

A oração do Pai Nosso, encontrada nos Evangelhos de Mateus e Lucas, vai além de uma simples repetição ou modelo de oração. Ela possui um significado profundo. Quando Jesus diz “Pai nosso que estás no céu”, Ele nos ensina a nos relacionar com Deus como filhos, buscando uma intimidade completa com o Pai. Deus conhece Seus filhos e supre suas necessidades. Reconhecemos que Ele está no céu, pois Seu governo está acima de todas as coisas, mas também sentimos Seu cuidado aqui na terra.

Ao dizer “santificado seja o teu nome”, aprendemos que santificar significa separar algo de tudo que é comum ou profano e adorá-lo como divino. Em Êxodo 3:13-14, Moisés questiona sobre o Deus que o enviou, e o Senhor instrui que diga: “Eu Sou me enviou a vós”. O termo “Senhor”, traduzido como Jeová, tem raiz no significado de “Eu Sou”. Contudo, o uso do nome de Deus era tratado com tanto respeito que a pronúncia original foi perdida. Assim, Jesus enfatiza não um título específico para Deus, mas uma atitude de adoração à Sua natureza e pessoa, que transcendem qualquer nome.

Ao dizer “Venha o teu reino”, é reconhecido que todo reino é conquistado e que desejamos que o governo de Deus se manifeste plenamente.
O reino de Deus é estabelecido por meio de oração, arrependimento e santificação, mas também exige disposição para lutar contra os inimigos espirituais. Esse reino não é mantido com armas físicas, mas através de uma postura de submissão e dedicação à vontade divina.

Quando oramos “o pão nosso de cada dia dá-nos hoje”, reconhecemos que Deus é o provedor de tudo o que precisamos, tanto material quanto espiritualmente. Ele se agrada de ouvir as necessidades de Seus filhos, mesmo sabendo de antemão do que precisamos. O “pão” simboliza não apenas o sustento físico, mas também o alimento espiritual, que fortalece nossa fé e nos aproxima de Deus. Esse alimento pode ser obtido de várias maneiras: lendo e meditando na Bíblia, orando, servindo na obra de Deus, adorando e até acompanhando ensinamentos que edificam a alma.

Quando pedimos “perdoa as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores”, reconhecemos a necessidade de confessar nossos pecados a Jesus, cujo sangue nos purifica. No entanto, o perdão que recebemos deve ser refletido em nossa atitude com o próximo. Embora seja desafiador para muitos, o ato de perdoar demonstra a graça que também desejamos receber de Deus, lembrando que Seu perdão é gratuito e imerecido.
Jesus nos ensinou que o perdão de Deus será concedido na mesma medida em que perdoarmos aqueles que nos ofenderam. Essa verdade pode ser desconfortável, mas é essencial lembrar que o perdão não é um sentimento, e sim uma decisão. Escolha perdoar, sabendo que apenas Jesus Cristo tem o poder de perdoar nossos pecados, mais ninguém.

Ao dizer “não nos deixe cair em tentação”, reconhecemos que enfrentamos tentações diariamente em várias áreas de nossas vidas. A tentação é uma prova, e cair nela gera pecado, que nos afasta de Deus. Para resistir, precisamos estar espiritualmente fortalecidos pelo alimento espiritual que Ele nos dá. Deus nos auxilia, mas também exige nossa participação ativa nessa luta.

Quando pedimos “livrai-nos do mal”, afirmamos que somente Jesus Cristo e o poder do Espírito Santo podem nos proteger do inimigo, pois sozinhos somos frágeis. A vitória sobre o mal vem pelo sangue de Jesus, que deseja nos livrar do perigo. Contudo, nosso livre arbítrio pode nos levar a escolhas que nos afastam da proteção divina. Por isso, é fundamental permanecermos próximos de Deus, confiando em Sua capacidade de nos guardar do mal.

A conclusão da oração, “pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre”, nos lembra que tudo pertence a Deus. Ele é o Criador de todas as coisas e o grande Arquiteto do universo. Seu reino, poder e glória não têm fim e não são compartilhados com ninguém.
Os Apóstolos perseveravam na doutrina, na comunhão, no partir do pão e nas orações, e havia grande temor em todos, enquanto Deus operava maravilhas e sinais por meio deles. Amém. Quando alguém disser que você só conhece o Salmo 23, responda que também conhece Atos 2:42-43!

Agora, abra sua Bíblia em Mateus 7:7-8, e vamos ler juntos:
“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; quem busca acha; e ao que bate, abrir-se-lhe-á.”
Amém!

O Evangelho é simples e prático, como ensina o Bispo Edir Macedo: a religião é quem complica. Sempre que oramos, esperamos uma resposta de Deus, preferencialmente um “sim” ao que pedimos. No entanto, é importante lembrar que Deus não está obrigado a atender nossos pedidos exatamente como queremos, pois Ele sabe o que é melhor para nós.

Muitas vezes, pedimos coisas acreditando serem boas, mas Deus, em Sua sabedoria, sabe que podem nos prejudicar no futuro. Por isso, Ele nem sempre atende nossas orações do jeito que imaginamos. Semana que vem, vamos falar sobre os motivos pelos quais algumas orações não são respondidas. Que Deus abençoe a todos!
Muitas vezes, quando o Senhor não responde às nossas orações, acabamos nos sentindo frustrados, desapontados e, em alguns casos, até questionamos a nossa fé. No entanto, a resposta negativa de Deus está fundamentada em Sua onisciência, pois Ele conhece o futuro. Enquanto fazemos nossos pedidos com base na nossa percepção limitada, Deus responde levando em consideração o que Ele sabe sobre nós e sobre aquilo que estamos pedindo.
Discutimos o princípio bíblico da comunhão, ou koinonia, que enfatiza o relacionamento cristão. Em seguida, falamos sobre o partir do pão, começamos a abordar o tema da oração e mencionamos também o temor. Concluímos mostrando que viver os milagres é o resultado de uma igreja que persevera na doutrina, na comunhão, no partir do pão, nas orações e no temor.

Quando o assunto é oração, gosto de repetir uma frase célebre de John Wesley, um grande avivalista do Reino Unido. Ele disse: “A oração é o oxigênio da alma.” Além disso, Wesley afirmou que “parece que tudo o que Deus faz é em resposta às orações.”

O texto de Mateus 7, que faz parte do Sermão da Montanha, é considerado um dos mais notáveis sermões de todos os tempos. Esse sermão estabelece os fundamentos do Reino de Deus manifestado entre os homens, a partir da chegada de Jesus Cristo e do início do Seu ministério. Aqui, Jesus fala sobre o princípio da oração.

Algo interessante apontado pelos estudiosos é que os verbos pedir, buscar e bater estão conjugados no presente linear no texto original em grego. Essa conjugação corresponde ao gerúndio na gramática portuguesa, transmitindo a ideia de uma ação contínua. Assim, o que Jesus está nos ensinando é: “Continuem pedindo, e vos será dado; continuem buscando, e achareis; continuem batendo, e a porta se abrirá.” Ele destaca a perseverança de quem pede com fé e convicção, acreditando estar no lugar certo e por isso não desiste de pedir.
A pessoa que ora com convicção acredita estar batendo na porta certa e continua a bater até que ela se abra. Assim, a oração não é um ato isolado, nem algo que simplesmente jogamos no coração de Deus esperando que Ele resolva. A Bíblia nos ensina sobre a importância da perseverança na oração. Em Colossenses 4:2, Paulo exorta: “Perseverai na oração”. Na primeira carta aos Tessalonicenses 5:17, ele reforça: “Orai sem cessar”, transmitindo a ideia de permanência e insistência na prática de orar.

É natural que, ao orarmos, esperemos respostas de Deus, mas nem sempre essas respostas vêm do jeito que desejamos ou no momento que esperamos. Às vezes, parece até que Deus não ouviu. No entanto, Ele sempre ouve as orações do Seu povo. Repita comigo: “Eu sei que Deus ouve as nossas orações.”

A demora de Deus em responder não é castigo nem indiferença. Pode haver razões para esse atraso, como o desejo de desenvolver em nós paciência e perseverança, ou até mesmo nos preparar para receber aquilo que pedimos. Há pedidos que fazemos, mas ainda não estamos prontos para recebê-los. Por exemplo, uma criança que pede para dirigir um carro antes de estar preparada colocaria a si mesma e aos outros em perigo. Deus, como Pai amoroso, nos treina e capacita antes de atender nossos pedidos, para que estejamos prontos no momento certo.

Além disso, há o tempo de Deus, que opera em favor daqueles que confiam n’Ele. O apóstolo Tiago, em sua carta, capítulo 4, nos alerta que muitas vezes pedimos e não recebemos porque pedimos mal. É um lembrete de que nossas orações devem estar alinhadas com a vontade de Deus e com Sua sabedoria, que sempre sabe o que é melhor para nós.
O que significa “pedir mal”? Tiago nos dá a resposta em sua carta: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos próprios deleites” (Tiago 4:3). Isso significa que uma oração feita com motivações egoístas, que serve apenas para satisfazer nossos próprios desejos, é considerada “pedir mal”. Quando oramos pensando apenas em nós mesmos, movidos pelo egoísmo, nossa oração não reflete o coração quebrantado que Deus espera de nós. Além disso, uma oração egoísta não gera bênção para outras pessoas.

Por outro lado, o apóstolo Paulo, em Romanos 8:26, afirma que “não sabemos o que havemos de pedir como convém”. Ele destaca que, mesmo sem saber como pedir da maneira certa, o Espírito Santo intercede por nós. O Espírito, que conhece os corações e discerne as intenções, leva nossa oração a Deus com gemidos inexprimíveis, traduzindo aquilo que está no nosso coração e alinhando-o à vontade divina.

Essa ideia de alinhamento também é reforçada pelo profeta Joel, que nos exorta: “Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes” (Joel 2:13). Isso significa que a verdadeira oração deve partir de um coração sincero e quebrantado, não de uma simples formalidade ou aparência exterior. Joel nos chama a viver uma vida de oração genuína, que envolva uma entrega profunda e autêntica diante de Deus, mais do que atos simbólicos ou gestos externos.
É fato, irmãos, que a igreja desta geração não ora como as igrejas de gerações passadas. Hoje, temos muitos recursos à disposição e, frequentemente, recorremos a eles antes mesmo de buscar a Deus em oração. Na semana passada, mencionei que, na cultura judaica, a oração não foi concebida, originalmente, como um meio para pedir coisas a Deus. Pelo contrário, eles ensinam que o verdadeiro propósito da oração é cultivar um relacionamento com Ele.

A oração obedece a leis espirituais que nos permitem acessar a Deus por meio desse relacionamento. É sobre isso que quero compartilhar hoje: os segredos da oração que Deus responde. Muitas pessoas acreditam que algumas orações têm mais chances de serem atendidas dependendo de quem ora, como se existisse favoritismo ou clientelismo diante de Deus. Mas isso não existe! Deus é soberano, perfeito, e não faz acepção de pessoas. O que importa é a postura que cada um de nós assume diante Dele para alcançar graça em tempo oportuno.

Há até quem diga, de forma jocosa, que orar de madrugada é mais eficaz porque “a fila é menor”. Como se o céu funcionasse como uma repartição pública, com filas intermináveis. Essa ideia é um grande equívoco! Não há filas na presença de Deus, porque Ele está sempre disponível para ouvir cada um de nós. A questão, portanto, não é o horário ou o método, mas a sinceridade e a disposição do nosso coração em buscar a Sua presença.
Ser onisciente, onipresente e onipotente significa que Deus tem o conhecimento completo de todas as coisas, está presente em todos os lugares simultaneamente e possui poder ilimitado. Ele é capaz de ouvir a todos, em qualquer momento e lugar, com a mesma clareza e a mesma capacidade de atender às necessidades de cada um.

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