E para onde vamos após a morte? Ou uma pergunta ainda mais importante: o que determina o nosso destino eterno?
É um pensamento comum imaginar que pessoas boas vão para o céu e que pessoas más vão para o inferno. Isso até parece fazer sentido, mas já parou para pensar como isso funcionaria na prática? Que nível de bondade me levaria para o céu, e que nível de maldade me levaria para o inferno?
A Bíblia diz que é preciso praticar o bem e revela as terríveis consequências da prática do mal. Porém, ensina que não são as nossas ações que determinam o nosso destino eterno. Por melhores que sejam as nossas atitudes, não existe salvação por conta delas. Por incrível que pareça, essa é uma boa notícia.
Para que entendamos melhor o porquê disso, é preciso falar sobre o antagonismo existente entre a vida e a morte.
O Deus eterno é a fonte da própria existência e, naturalmente, a fonte de vida. Ele nos criou como seres essencialmente espirituais, que desfrutavam de plena comunhão com Ele no Éden. Deus deixou claro ao homem que, para não experimentar a morte, era preciso permanecer em Sua bondade por meio da obediência. No entanto, no exercício de sua individualidade, o homem decidiu ser independente de Deus. O resultado natural e imediato foi a morte espiritual e, como consequência, a morte física.
O amor que existe porque o homem pecou, separou-se de Deus e abandonou a única fonte de vida. A partir da queda, nós, descendentes de Adão, nascemos maus, pecadores e carentes de redenção. O homem está morto espiritualmente, e qualquer esforço para se aproximar de Deus, mesmo que por meio da religião, não resolverá o problema. Não há nada que o ser humano possa fazer para mudar isso, nem por si mesmo nem pelos outros. Nenhum pagamento, promessa ou sacrifício pode reverter sua morte espiritual.
Para que houvesse qualquer possibilidade de reconciliação entre Deus e os homens, era necessário que a intenção, a ação e a provisão partissem do próprio Deus. E a melhor notícia que o mundo já recebeu é que, sim, Deus agiu em favor do homem: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Porquanto, Deus enviou Seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele.
De acordo com a Bíblia, a nossa salvação é realizada unicamente pela obra mediadora de Jesus Cristo, o Filho de Deus, que se fez carne e habitou entre nós. Sim, quando falamos em Jesus Cristo, não estamos nos referindo simplesmente a alguém bom, sábio ou influente, que viveu muitos séculos atrás. Estamos falando do próprio Deus, que assumiu a natureza humana.
Sendo Deus, Jesus se fez homem e foi, em tudo, semelhante a nós, com exceção do pecado. Em sua perfeita natureza humana, Jesus viveu sentimentos, emoções e vontades humanas. Ficou cansado, teve fome, sujeitou-se à dor, à angústia e à morte. E, uma vez que a morte é uma consequência do pecado e Jesus não tinha pecado, Sua morte foi substitutiva, ou seja, Jesus tomou o nosso lugar e carregou os nossos pecados na cruz. A injustiça feita a Ele tornou-se a nossa justiça.
Da mesma forma que Adão era o representante da humanidade quando pecou, Jesus Cristo nos representou diante do Pai quando entregou Sua vida em nosso favor. Além disso, a natureza divina de Cristo, apesar de imortal, teve um papel essencial na redenção, pois proporcionou o único e eterno sacrifício, possibilitando a redenção a todos os seres humanos, até mesmo àqueles que já haviam morrido há muito tempo, como Abraão e Moisés, e àqueles que nem sequer haviam nascido, como eu e você.
Jesus Cristo é o único caminho, o único mediador entre Deus e os homens, e o único nome dado entre os homens pelo qual podemos ser salvos. Jesus também foi o único que viveu sem pecado e, tendo morrido sem culpa, ressuscitou fisicamente dentre os mortos. Depois disso, subiu aos céus, assentou-se à direita de Deus Pai e retornará no futuro para julgar a humanidade e estabelecer Seu reino.
Todo o plano de salvação foi preparado por Deus desde a eternidade. Além de prover o sacrifício, Deus também revelou a maldade que há em nós e nos deu a fé necessária para crer em Jesus e receber o Seu perdão. Por essa razão, não somos salvos pelo que fazemos, mas pelo que Cristo fez. Nada vem de nós, tudo vem dEle. Somos salvos pela Sua graça, por meio da fé.
O Seu sangue derramado na cruz mostrou o alto preço pago pela nossa vida. Nosso papel é simplesmente entregar a Cristo o que foi comprado por Ele. E, para fazer essa entrega e receber a salvação, a Bíblia ensina que é preciso confessar com a boca que Jesus é o Senhor e crer no coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos. Mesmo que possa parecer que há algum mérito humano nessa condição, ela é fruto de uma convicção interior proporcionada pela ação do próprio Deus. É o Espírito Santo quem nos conduz ao arrependimento.
Este é o novo nascimento, o início de uma nova vida. É quando Deus, na pessoa do Espírito Santo, passa a habitar em nosso interior. Nesse exato momento, algo maravilhoso acontece: tornamo-nos filhos de Deus, e todos os nossos pecados são perdoados, do mais antigo ao mais recente, do mais simples ao mais grave. Já não há culpa ou condenação sobre nós, pois somos libertos pelo precioso sangue de Cristo. Não somos mais escravos do pecado, e o perdão de Deus inclui até mesmo os pecados que ainda iremos cometer.
Contudo, isso não deve ser entendido como uma licença para pecar. Muito pelo contrário, uma vez que os nossos olhos foram abertos, o pecado se tornou algo ainda mais grave. Infelizmente, a verdade é que, mesmo após a conversão, não deixaremos de pecar. É preciso, porém, vencer a luta diária contra a vontade da nossa carne e permanecer firme contra o pecado. Mesmo que o pecado ocorra, o Espírito Santo nos conduzirá ao arrependimento, para confessarmos nossos pecados. Deus é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça.
Além da libertação, o novo nascimento também representa o início da nossa vida eterna, pois, ainda que venhamos a enfrentar a morte, temos a certeza da ressurreição. Assim, estaremos com o Senhor para sempre, e não há nada que possamos experimentar em vida que se compare ao que nos aguarda na eternidade. Deus, em Sua infinita sabedoria, nos livrou da condenação do inferno e nos preparou um lugar de descanso, alegria e prazer eterno.