Muitas pessoas recorrem a Deus em oração ou pedem que alguém ore por elas como último recurso em momentos de grande necessidade, especialmente quando estão enfrentando uma situação difícil e precisam de um milagre. Essas pessoas, por não conhecerem a Deus verdadeiramente, acabam buscando um “Deus de emergência” apenas em crises, sem compreender o real significado da oração e, consequentemente, não experimentam os seus benefícios. Para o cristão, orar deve ser algo tão natural e essencial quanto respirar, sendo o meio mais eficaz para fortalecer seu relacionamento íntimo com Deus.
É fundamental que os cristãos entendam profundamente o que a Bíblia ensina sobre a oração e vivam uma vida de oração inspiradora e eficaz. Deus providenciou a oração como meio de conexão com Ele por meio de Cristo, nosso grande sumo sacerdote e mediador. Todo cristão pode se aproximar com confiança do trono da graça de Deus, que deseja essa comunhão e quer desenvolver um relacionamento íntimo com seus filhos.
Mas, afinal, o que é a oração? É um poderoso meio de comunicação com Deus, eficaz tanto para o crescimento no relacionamento com Ele quanto para experimentar Seu poder e graça. A oração é a maneira mais profunda de cultivar intimidade com Deus, e ela flui naturalmente a partir desse relacionamento. O cristão, por sua união especial com Cristo, desfruta do privilégio de falar com Deus livremente e de colher grandes benefícios dessa comunhão, como a permissão e liberdade de se aproximar do Santo dos Santos, sendo acolhido por Deus através de Jesus, nosso sumo sacerdote.
Devemos entender que a oração é um mandamento de Deus, além de ser uma forma de comunicação com o Senhor. Ela foi dada para proteger o cristão contra o pecado. Diversos textos na Palavra de Deus mostram que orar é tanto um mandamento quanto um dever para o cristão. No Antigo Testamento, diferentes verbos hebraicos expressam as várias maneiras pelas quais homens e mulheres clamavam a Deus, sendo “clamar” um dos termos mais antigos e simples para a oração, pois o povo de Deus chamava pelo nome do Senhor ou invocava Seu nome.
Há muitos exemplos desse tipo de oração na Palavra de Deus, encontrados em Gênesis, 1 Reis, Isaías e Zacarias. O segundo verbo, “orar”, refere-se a orar com frequência, repetidamente ou com perseverança. Esse tipo de oração é exemplificado na vida de Abraão, Moisés, Ana e Paulo. O terceiro verbo significa “aproximar-se para suplicar” e representa a forma mais intensa de súplica, geralmente traduzida como “rogar” ou “interceder”, o que literalmente implica aproximar-se com insistência. Exemplos desse tipo de oração podem ser encontrados em Gênesis e Isaías.
“Pedir” significa solicitar graça, livramento ou direção, com exemplos desse tipo de oração registrados em Juízes, 1 Reis, Salmos, Isaías e Zacarias. O quinto verbo, “rogar” ou “implorar”, significa literalmente “buscar a face de Deus” ou “tornar Sua face favorável”. Esse tipo de oração envolve falar de maneira doce, gentil e tranquila com Deus. O sexto verbo, “clamar”, refere-se a orar para corrigir uma injustiça ou para ser livrado de um grande problema ou opressão. Esse tipo de oração é caracterizado por um clamor desesperado em meio a tribulações e perseguições, com exemplos encontrados em diversos relatos bíblicos.
Note que a oração geralmente ocorre em resposta a uma grande ameaça ou situação urgente. Exemplos disso podem ser encontrados em Êxodo, Juízes, 1 Samuel, Neemias, Salmos, Joel e Malaquias.
Quanto a quem o cristão deve dirigir suas orações, ele deve orar a Deus, em nome de Jesus, e com o auxílio do Espírito Santo.
Existem pelo menos dois tipos de oração que têm Deus como foco. O primeiro é a oração de adoração, onde Deus é o centro. Esse tipo de oração expressa o amor a Deus de forma significativa e criativa, com o objetivo de exaltar e glorificar Sua pessoa e atributos. Nessa oração, fala-se exclusivamente de Deus e de quem Ele é.
O segundo tipo é a oração de ações de graças, onde Deus também é o centro, sendo louvado por Suas ações em favor do crente, que se sente profundamente grato. Esse tipo de oração exalta Deus pelo que Ele faz e pelo Seu poder manifesto. As ações de graças devem acompanhar as orações de petição e serem tão frequentes que se tornem parte do estilo de vida do cristão.
As orações voltadas para o reino de Deus têm como propósito exclusivo o avanço dos interesses do Seu reino na terra. Elas costumam focar na igreja, nas nações e na obra de Deus em geral. Jesus nos ensinou a buscar o reino de Deus em primeiro lugar, garantindo que todas as outras necessidades seriam supridas. Esse tipo de oração gera dois resultados poderosos: primeiro, ativa o poder de Deus para o avanço do Seu reino na terra; segundo, libera o poder de Deus para resolver as nossas questões pessoais.
A dinâmica é simples: enquanto buscamos os interesses de Deus, Ele cuida dos nossos. Devemos nos dedicar com zelo e fervor a esse tipo de oração. Um exemplo são as orações de concordância, que envolvem a unidade entre os membros do corpo de Cristo em oração sobre algo em que Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo também estão em concordância. Essa harmonia abrange os desejos do céu e da terra com a mesma intenção. A eficácia dessas orações é multiplicada quando oramos juntos, de acordo com a vontade de Deus.
Jesus ensinou que “tudo o que ligares na terra será ligado no céu, e tudo o que desligares na terra será desligado no céu”. A estrutura verbal do versículo sugere que algo já deve ter sido acordado no céu pela Trindade antes de ser concordado na terra pela igreja. O texto pode ser compreendido assim: “tudo o que ligares na terra já terá sido ligado no céu, e tudo o que desligares na terra já terá sido desligado no céu”. No versículo seguinte, Jesus ensina que se dois membros da igreja concordarem sobre um pedido, seguindo a orientação do versículo anterior, o Pai o concederá. Esse mesmo princípio é reforçado em 1 João 5:14-15.
Além disso, há as orações de guerra espiritual. Você sabe o que é a guerra espiritual?
A Bíblia descreve a guerra espiritual como um conflito contra forças demoníacas, sendo algo muito mais amplo do que apenas uma oração. A guerra espiritual envolve toda a nossa vida cristã, e a oração é um dos instrumentos usados nesse combate. Jesus venceu Satanás e adquiriu autoridade sobre ele. Essa oração se fundamenta no poder e na autoridade de Jesus Cristo, conquistados por meio de Sua morte e ressurreição, sobre todos os principados e potestades que atuam nas regiões espirituais.
É essencial entender que Jesus já derrotou Satanás na cruz. A batalha pelo domínio do universo já foi travada, e Jesus já tem toda autoridade e um nome acima de todos os nomes. Por isso, as orações de guerra espiritual devem ser feitas com plena consciência dessa vitória, sem temor, medo ou sensação de derrota.
A Palavra de Deus não instrui a uma luta física contra demônios, mas ao uso da autoridade delegada por Cristo, que é inquestionável no mundo espiritual e disponível para todos os Seus discípulos. A igreja primitiva compreendeu e exerceu bem essa autoridade. Uma das orações mais poderosas na guerra espiritual é a oração de concordância feita pela igreja, como Jesus ensinou, pois as portas do inferno não podem resistir à autoridade da igreja.
A oração de guerra consiste essencialmente em remover os obstáculos à obra de Cristo e da Sua igreja na terra, usando corretamente a autoridade que temos em Cristo, como igreja. Textos de Mateus, Lucas e Atos confirmam essa autoridade. Além disso, existem as orações focadas em outras pessoas, como as orações de intercessão, onde oramos por alguém ou por uma situação específica, pedindo a Deus um favor em favor dessa pessoa. Interceder é se colocar entre Deus e a pessoa, suplicando em seu benefício.
O maior exemplo de intercessão é o próprio Senhor Jesus Cristo. As orações de intercessão podem ser feitas por indivíduos, nações, reis, autoridades, pela salvação, pela paz, pela obra de Deus e pelos enfermos. Já as orações de bênção podem ser dirigidas a familiares ou motivadas por uma visão profética do propósito de Deus para a pessoa que está sendo abençoada. Também existem as orações eficazes, que liberam a multiforme graça de Deus, autorizadas pela Sua Palavra e pelo exercício de dons e ministérios específicos. Essas orações podem ser acompanhadas pela imposição de mãos para alívio do sofrimento, cura, ativação de dons e liberação de milagres e salvação.
Também existem orações focadas na pessoa que ora. Um exemplo é a conversa com Deus, onde se derrama o coração diante Dele, podendo ser uma confissão de pecados, lamentações, reflexões ou angústias. Essa oração pode também ser uma entrega, quando se transfere uma inquietação para Deus.
As orações de petição, por outro lado, consistem em apresentar pedidos e necessidades pessoais a Deus, o Pai, confiando que Ele sempre fará o melhor, assim como um pai o faria por seu filho, segundo Sua vontade. Esse tipo de oração se baseia no amor de Deus e nas Suas promessas. A Bíblia nos ensina a pedir a Ele, como vemos em Mateus, Marcos e João, seja por justiça, socorro, livramento, restauração ou por uma jornada bem-sucedida.
Temos também as orações de consagração, que envolvem a dedicação da vida a Deus para cumprir Sua vontade e servir a Ele. Às vezes, essas orações são acompanhadas de juramentos ou votos.
As orações no espírito são poderosas, pois através delas falamos diretamente com Deus, sem interferência alguma. Elas edificam nossa fé, que nos permite vencer o mundo, e, com certeza, através delas, teremos uma revelação mais profunda da vontade de Deus.
Meu desejo é que o seu coração busque a presença de Deus de forma ainda mais intensa. Compartilhe nos comentários: qual é o tipo de oração que você mais pratica e qual tipo de oração você sente que precisa adotar com mais frequência?