Todos sabemos que a oração é um meio de comunicação com Deus. É por meio dela que alcançamos milagres, superamos as fraquezas da carne, resistimos aos ataques do inimigo e muito mais. Contudo, o maior benefício da oração é que ela nos aproxima de Deus, fortalecendo nossa intimidade com Ele. Por isso, quero compartilhar quatro versículos que falam sobre o poder da oração.
**Primeiro: Ore com perseverança.** A Bíblia nos ensina que Elias, um homem comum como nós, orou fervorosamente para que não chovesse, e por três anos e meio não choveu sobre a terra. Depois, ele orou novamente, e o céu enviou chuva, trazendo frutos à terra. Muitas pessoas sabem que orar é importante, mas têm dificuldade em falar com Deus porque acreditam que Ele não as ouve. Elas oram uma ou duas vezes, não veem uma resposta imediata e desistem, sentindo-se frustradas. No entanto, esse versículo nos lembra que Elias era uma pessoa como qualquer outra, mas ele persistiu até que o milagre aconteceu. Creia: desde a primeira vez que você apresentou sua causa a Deus, Ele está agindo em seu favor e realizará o que for melhor, segundo Sua vontade.
**Segundo: Jesus prometeu responder suas orações.** Ele disse: *”Eu farei o que vocês pedirem em meu nome, para que o Pai seja glorificado no Filho. O que vocês pedirem em meu nome, eu o farei.”* Confie na promessa de Jesus e apresente suas necessidades com fé.
O poder da oração não está em você, mas em Jesus. Ele ressuscitou e está sentado à direita do Pai, intercedendo por todos que creem Nele. Por isso, ore sempre em nome de Jesus, que é o seu fiel advogado diante de Deus. Porém, lembre-se: a oração é um pedido, não uma exigência. Também não adianta orar com intenções erradas, como prejudicar alguém ou querer impressionar os outros com espiritualidade. Jesus responde à oração quando ela glorifica a Deus.
**Terceiro: A oração traz cura.** A Bíblia diz: *”Confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz.”* Quando você ora por cura, Deus ouve e pode restaurar não só feridas emocionais, mas também doenças físicas. O segredo é orar com fé, sem se deixar abalar pelas circunstâncias ou pelos sintomas que possam persistir. A fé é descrita na Bíblia como *”a certeza das coisas que se esperam e a convicção de fatos que não se veem.”* Fortaleça sua fé por meio da oração e da meditação na Palavra, mantendo seu coração livre de dúvidas.
**Quarto: Basta pedir.** Jesus disse: *”Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta será aberta. Pois todo aquele que pede, recebe; o que busca, encontra; e ao que bate, a porta será aberta.”* Confie nessa promessa e apresente suas necessidades com confiança, sabendo que Deus sempre ouve e age no tempo certo.
Já ouvi muitas pessoas afirmarem que preferem agradecer a Deus em vez de pedir. Claro, devemos ser gratos a Deus em todos os momentos, mas Jesus enfatizou repetidamente que devemos pedir, pois Deus é generoso e quer fazer grandes coisas em nossas vidas e por meio de nós. Algumas pessoas não pedem porque acreditam que Deus tem coisas mais importantes para fazer ou porque acham que não merecem receber bênçãos. Por isso, o meu conselho é que você renove a sua forma de pensar com a Palavra de Deus, pois nela está escrito que tudo é possível para quem crê.
Você já se perguntou por que, como cristãos, devemos orar? Se a oração fosse apenas uma questão de fornecer informações, seria desnecessária, pois Deus, sendo onisciente, já conhece todas as coisas e não precisa de nossas explicações. Além disso, Deus tem Sua própria vontade e age de acordo com ela. Então, por que orar? Sabemos que a oração é uma instrução bíblica, mas é importante entender o seu propósito. É sobre isso que vamos refletir agora.
Em Tiago 4:2-3, está escrito: “Vocês cobiçam e nada têm; sentem inveja, mas não conseguem obter. Vivem a lutar e a fazer guerras, mas não têm nada, porque não pedem. Pedem e não recebem, porque pedem mal, para esbanjarem em seus prazeres.”
Aqui, Tiago fala sobre pessoas que desejam algo, mas não conseguem alcançar. Ele começa mencionando que, mesmo querendo muito, elas não conseguem obter. Elas vivem em luta, mas não conseguem alcançar, por quê? Porque não pedem. Ou seja, elas não oram. Mas mesmo aqueles que oram, Tiago diz que não recebem porque pedem de forma errada, com motivações egoístas.
Portanto, Tiago nos ensina duas lições importantes: quem não ora não recebe a intervenção divina, e, para que a oração seja eficaz, é necessário orar corretamente. Não adianta fazer a coisa certa de maneira errada, porque isso não trará resultados. Assim, a oração é um meio fundamental para acessar o que Deus tem para nós.
Quando refletimos sobre essas verdades, é importante questionarmos por que somos instruídos a orar. Não é porque tudo precisa de explicação, mas sim porque, ao compreendermos os princípios, isso nos ajuda a agir de maneira mais alinhada aos ensinamentos de Deus. Como mencionei antes, orar não é algo apenas informativo. A oração não tem a finalidade de simplesmente transmitir informações, o que fica claro nas palavras de Jesus em Mateus 6:7-8, onde Ele diz: “E, orando, não usem vãs repetições, como os gentios, que pensam que, por muito falarem, serão ouvidos. Não sejam como eles, pois o Pai de vocês sabe o que precisam antes mesmo de lhe pedirem.” Esse ensinamento revela que não oramos para que Deus tome conhecimento das nossas necessidades, pois Ele já sabe de tudo.
Por outro lado, Jesus também nos ensina a orar com persistência. Em Lucas 18:1, Ele contou uma parábola para ensinar que devemos orar sempre, sem desanimar. Portanto, se por um lado a oração não é apenas informativa, por outro, ela é tão essencial que devemos persistir nela, sem perder a esperança. Precisamos entender essa dinâmica.
Como mencionei antes, Deus é onisciente e não precisa ser informado sobre nada. Ele já sabe de tudo, e há momentos na Bíblia em que vemos Deus nos pedindo para orar por coisas que Ele já sabe que quer fazer e já prometeu. Isso nos ajuda a entender que a oração não se trata apenas de transmitir informações. Ela tem um propósito diferente.
Antes de explorarmos qual é esse propósito, gostaria de levantar outra questão: se o Pai sabe o que precisamos e deseja nos conceder isso, por que Ele espera que oremos? A resposta é que não se trata apenas de esperar que oremos, mas de orarmos da maneira correta, para que possamos acessar aquilo que Ele já deseja fazer e sabia que precisávamos.
Muitas pessoas se perguntam: “Se Deus faz o que quer, onde fica a nossa oração?” “Por que orar se Deus já fará o que deseja, independentemente do que pedimos?” Alguns podem achar que, se não sabemos o que Ele está disposto a fazer, não faz sentido orar. No entanto, essa visão não se alinha com a ideia de um Deus soberano e grande. Esses questionamentos também merecem uma resposta.
A verdade é que, por um lado, a Bíblia nos ensina que Deus ouve o clamor dos homens.
Por exemplo, em Josué, capítulo 10, versículo 14, é feita uma afirmação extraordinária: “Nunca houve um dia como aquele, nem antes nem depois dele, em que o Senhor tenha atendido a voz de um homem, pois o Senhor estava lutando por Israel.” Este versículo se refere ao momento em que Josué orou e Deus fez o sol e a lua pararem, permitindo que o dia se estendesse para que o povo de Israel vencesse o inimigo. A Bíblia destaca que nunca antes ou depois houve algo semelhante, e isso não ocorreu apenas porque Deus quis, mas porque Ele atendeu ao clamor de um homem que estava servindo a Ele.
Davi, no Salmo 6, versículo 9, também diz: “O Senhor ouviu minha súplica, o Senhor acolhe minha oração.” Ou seja, a oração não se trata apenas de Deus fazer o que quer, mas de Ele responder ao pedido de quem O busca. A Bíblia, portanto, nos ensina sobre a importância de orarmos alinhados com a vontade de Deus. Embora Deus tenha Seu plano soberano, Ele não age sem que oremos, e por outro lado, orar fora da Sua vontade não é eficaz. Assim, precisamos entender que a oração deve ser uma combinação entre a disposição e fé do homem, sua confiança em Deus, e o alinhamento com a vontade divina.
Jesus nos ensinou que a oração é o meio pelo qual a vontade de Deus se estabelece na Terra. Em Mateus 6:10, na famosa oração do Pai Nosso, Ele nos instrui a dizer: “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.” Em outras palavras, devemos pedir para que a vontade de Deus se cumpra aqui na Terra da mesma forma que ela se cumpre no céu. Mas por que clamar pelo cumprimento da vontade de Deus, se ela se estabeleceria independentemente da nossa oração? Isso sugeriria que Deus nos teria levado a um simples teatro sem efeito algum. A verdade é que a Bíblia nos ensina que orar alinhados com a vontade de Deus garante uma resposta.
Em 1 João 5:14-15, a Bíblia afirma: “Esta é a confiança que temos em relação a Ele: se pedirmos algo segundo a Sua vontade, Ele nos ouve, e se sabemos que Ele nos ouve, temos o que pedimos.” Portanto, orar de acordo com a vontade de Deus é a chave para uma resposta. Claro que, em nossas orações, devemos nos submeter à vontade de Deus, assim como Jesus fez no Getsemani, quando disse: “Seja feita a tua vontade, e não a minha” (Mateus 26:39). No entanto, também não podemos ignorar que há orações na Bíblia que não foram atendidas. Um exemplo disso é o clamor de Davi, que, mesmo orando e jejuando por sete dias pela criança gerada em seu adultério com Bate-Seba, viu sua oração não ser atendida, pois ela estava em desacordo com a vontade de Deus. Isso nos mostra que a oração deve estar em harmonia com a vontade divina para que tenha eficácia.
Provérbios 28:9 nos ensina que “quem desvia os ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável”. Se estamos vivendo fora dos princípios da Palavra de Deus, não adianta pensar que Deus vai se submeter à nossa vontade ou aos nossos desejos, especialmente quando estão em rebelião contra os Seus. Contudo, precisamos entender como a oração se relaciona com a vontade de Deus. A verdade é que a vontade de Deus, sem oração, não pode se cumprir; caso contrário, Ele não nos teria mandado orar para que a Sua vontade fosse feita na Terra. Por outro lado, orações que estão fora da vontade divina não serão atendidas. A realidade é que ambas as coisas — oração e vontade de Deus — dependem uma da outra. Quando ambas se alinham, temos uma ação poderosa.
Além disso, precisamos refletir sobre um aspecto importante: por que Deus nos mandaria orar para que Ele faça algo que Ele já deseja fazer? Em 1 Timóteo 2, a Bíblia nos orienta a fazer súplicas, orações e intercessões em favor de todos os homens, pois Deus quer que todos se salvem. Se a vontade de Deus é salvar todos os homens, por que Ele nos manda orar para que isso aconteça? A resposta está em compreender que, embora Deus tenha uma vontade soberana, Ele deseja nossa participação ativa por meio da oração para cumprir os Seus planos.
Reiterando, trata-se de uma questão legal. Quando Deus criou a Terra, Ele concedeu ao homem a autoridade e jurisdição sobre ela. No Salmo 115:16, a Bíblia declara: “Os céus são os céus do Senhor, mas a Terra Ele deu aos filhos dos homens”. Aqui vemos uma distinção clara: os céus pertencem ao Senhor, onde Ele exerce plena autoridade, enquanto a Terra foi entregue aos homens. Mesmo com essa concessão, Deus nos instrui a orar para que a Sua vontade se cumpra aqui, assim como se cumpre nos céus, onde Ele tem domínio absoluto. Isso pode ser entendido como se, após conceder autoridade sobre a Terra ao homem, Deus não interviesse sem a solicitação humana. Ele aguarda um pedido, uma requisição, para ter o direito legal de agir.
No Salmo 8:4-6, a Bíblia questiona: “Que é o homem, para que dele te lembres? E o filho do homem, para que o visites? Fizeste-o por um pouco menor que os anjos, e de glória e honra o coroaste; deste-lhe domínio sobre as obras das tuas mãos, e tudo puseste debaixo de seus pés”. Este versículo fala da autoridade que Deus deu ao homem, e é por isso que o homem deve clamar, para que essa autoridade seja exercida conforme a vontade divina.
Esse cenário fica bem claro quando Satanás tenta Jesus e lhe oferece todos os reinos e glórias deste mundo, dizendo que foram entregues a ele e que poderia dá-los a quem quisesse. Jesus não refuta a afirmação de que a autoridade foi entregue, mas explica que foi o homem quem a entregou a Satanás, não Deus. No momento em que o homem cede à tentação, ele transferiu sua autoridade para quem o venceu. Como está em 2 Pedro 2:19, “quem é vencido em algo se torna escravo daquele que o vence”. Por isso, Satanás é chamado de “príncipe deste mundo”, e não precisa de oração ou de permissão para agir aqui. No entanto, Deus, por meio de Jesus, veio restaurar a autoridade dada ao homem e espera que clamemos por Sua intervenção.
Quando oramos, estamos, de certa forma, abrindo uma “avenida legal” para que Deus aja e intervenha em nossas vidas e nas vidas dos outros. 1 Pedro 3:12 nos diz: “Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas”. Deus deseja mover-se na Terra, mas está aguardando ser solicitado. Quando oramos com fé, damos espaço para que a vontade de Deus se estabeleça. Embora este assunto seja extenso e não possa ser totalmente explorado aqui, minha intenção é inspirar seu coração a crer mais e a praticar a oração.