A nação com seus acampamentos, cavalos, carros e grandes exércitos, ao lado de um homem de fé que ora, é mais poderosa do que uma nação inteira. A intimidade com Deus é mais perigosa que qualquer força militar. Isso se reflete na famosa declaração da rainha da Inglaterra, que temia mais um crente de joelhos do que um exército poderoso contra sua nação. Através da vida do pastor Sena, tenho o privilégio de ministrar a esta linda igreja. Por favor, abra sua Bíblia comigo em 2 Reis, capítulos 6 e 7, onde abordaremos os temas “graça, juízo e providência”.
A partir do versículo 8, lemos que o rei da Síria fez guerra contra Israel e consultou seus servos, dizendo onde posicionaria seu acampamento para surpreender Israel. Porém, o profeta Eliseu alertou o rei de Israel, dizendo para evitar certos lugares onde o exército sírio se posicionaria. Cada vez que o rei da Síria tentava surpreender o exército de Israel, Eliseu o alertava, fazendo com que o rei se guardasse e evitasse os locais.
O rei da Síria ficou perturbado e, ao se sentir traído, perguntou a seus servos quem estava passando informações ao rei de Israel. Um de seus servos explicou que era o profeta Eliseu, que sabia até das palavras ditas na câmara do rei. O rei ordenou então que enviassem soldados para prender Eliseu, e o exército sírio cercou a cidade de Dotã, onde Eliseu estava. O servo de Eliseu, ao ver o exército cercando a cidade, ficou desesperado e perguntou ao profeta o que fazer. Eliseu, porém, respondeu: “Não temas, porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles”. Ele orou a Deus, pedindo que abrisse os olhos do seu servo, e quando isso aconteceu, o servo viu um monte cheio de cavalos e carros de fogo ao redor de Eliseu, demonstrando que Deus estava protegendo Seu profeta.
Esse episódio destaca a importância de confiar em Deus, mesmo quando as circunstâncias parecem desfavoráveis, pois Ele sempre tem a providência de nos proteger e nos guiar, como ocorreu com Israel e Eliseu.
O homem de Deus, Eliseu, era a representação legal de Deus na nação. Ele tinha falhas, assim como nós, enfrentava problemas e limitações como qualquer outro, mas possuía uma fome de Deus. Ele se levantava como defensor da verdade e da Palavra de Deus. Embora tivesse suas imperfeições, Eliseu nos ensina que, mesmo em tempos de apostasia, ele apontava para a realidade de que a igreja é a legítima representante de Deus na Terra. Cada um de nós, ao estudar as Escrituras, aprende como agir como representantes de Deus aqui.
A maneira mais clara de ser representante de Deus, segundo o Novo Testamento, é através do “corpo”. Assim como Eliseu representava Deus, nós também somos chamados a fazer com que as pessoas se lembrem de Deus por meio de nossas ações e comportamentos. Se meu corpo não estiver presente, envio um representante, e esse representante se tornará uma lembrança de quem o enviou, assim como Eliseu fazia. Ele era um representante de Deus, fazendo com que as pessoas se lembrassem de Deus.
O rei da Síria, ao contrário de Israel, foi quem declarou guerra contra o povo de Deus. Ele consultou seus servos sobre onde estabelecer o acampamento, buscando conselhos para surpreender Israel. Através dessa consulta, o rei estava aberto às sugestões dos seus conselheiros, que concordaram com sua estratégia de posicionar os acampamentos em lugares estratégicos. Porém, Eliseu, como representante de Deus e protetor do povo de Israel, avisou o rei de Israel, alertando-o sobre os lugares onde o exército sírio se posicionaria, evitando assim uma emboscada. O rei de Israel, atento, mandou verificar se a informação dada pelo profeta estava correta.
Quando chegaram lá, de fato, o que o profeta Eliseu havia dito se concretizou. Isso me chama a atenção, pois a verdade de Deus, o evangelho e o cristianismo não têm medo de ser verificados ou analisados. Um exemplo disso é uma história sobre São Tomás de Aquino: um grupo de jovens o chamou para ver uma vaca voando. Eles riram, achando que Tomás acreditaria nisso. No entanto, Tomás, ao ouvi-los, respondeu: “Foi vocês que me chamaram, e para mim, é mais fácil uma vaca voar do que um cristão mentir.”
Isso nos ensina que, como cristãos, somos chamados a ser luz, e a verdade que carregamos não teme ser questionada. O texto não afirma que Deus revelou diretamente a Eliseu, mas sim que o que Eliseu disse foi verificado e confirmado. Isso nos ensina que devemos ser transparentes, pois, em muitas igrejas, aqueles que mais mentem são os que alegam ter revelações divinas. Infelizmente, isso faz com que a verdade de Deus seja desacreditada por causa de falsas alegações.
O rei, ao ouvir a palavra do profeta, poderia simplesmente tê-la aceitado, mas preferiu mandar verificar. E, quando chegaram lá, de fato, o que Eliseu disse aconteceu. Isso nos ensina que, como cristãos, não devemos baixar o padrão de nossa fé. Temos a palavra da verdade, fomos regenerados pelo Espírito da verdade e salvos por Cristo, que é o caminho, a vida e a verdade. Não devemos temer que joguem luz sobre nós, pois estamos firmados na verdade de Deus.
Amém. Às vezes, a clareza de algumas pessoas nos deixa irritados, mas Jesus prefere inimigos declarados a inimigos disfarçados de amigos. Precisamos ser transparentes se realmente queremos representar Deus na Terra. Qualquer ateu ou teólogo liberal pode tentar provar qual religião se entrega à verificação como o cristianismo. Nenhuma outra religião se submete tanto à pesquisa ou à análise como o cristianismo. Muitos ateus se tornaram cristãos após realizar pesquisas e críticas ao Cristo que servimos, e a Bíblia se mostrou verdadeira em suas descobertas.
O autor foi impactado porque, durante suas pesquisas, percebeu que, enquanto ele duvidava, as pedras clamavam e os laboratórios confirmavam a verdade. O cristianismo não teme ser verificado. Se eu estou vivendo uma vida que temo ser questionada, então não estou representando a Deus. Precisamos parar com a mania de enfraquecer o evangelho, dizendo “peguei, cai, falhei, me perdoe, me dê mais uma chance”. A igreja do Senhor não deseja a miséria de ninguém; ela é luz, e como luz, ama a transparência.
Paulo disse em Efésios 5 que a luz condena e reprova as obras das trevas. Mas como podemos condenar os pecados do mundo se não conseguimos ser transparentes entre nós mesmos? Verifiquem as Escrituras Sagradas, verifiquem as pregações dos homens de Deus. Como pai, tenho a responsabilidade de me comportar de acordo com essa verdade.
Olhem para Jesus. O fato é que aqueles que estão na Igreja são representantes de Jesus. Claro que as pessoas vão olhar para nós. Gideão disse aos seus soldados: “Olhem para mim e façam como eu faço”. Paulo disse à igreja em Corinto: “Me imitem, pois sou imitador de Cristo”. Imagine a cena: a gente olhando para o céu, ouvindo Jesus dizendo: “Olhem para mim”. E Jesus olhando de volta e dizendo: “Olhem para mim, mas olhem também para eles, porque meu corpo na Terra são eles”.
Pastor, você pode estar perguntando: “Deus está esperando perfeição de nós?” Não, mas Ele deseja ver disposição para viver a verdade do evangelho e dizer: “Pode verificar, não sou perfeito, mas estou me esforçando para que a graça de Cristo me fortaleça nos meus momentos de fraqueza”. O que eu falava era verificável, e foi verificado.
Enquanto isso, o inimigo de Israel estava se confundindo porque, a cada vez que montava um acampamento, Israel escapava. Ele não conseguia entender. O coração dele ficou turbado. Ele havia consultado os melhores conselheiros, mas ainda assim não conseguia destruir Israel. Vamos refletir: quem aqui já leu a Bíblia, especialmente o Antigo Testamento? Israel era o povo de Deus na antiga aliança, certo? Só tinha eles, assim como hoje só tem a Igreja.
Eliseu era um protetor do povo de Deus, e quem protege o povo de Deus deve esforçar-se para que a Igreja do Senhor, a noiva do Cordeiro, escape e evite certos laços. Não é fácil, mas Eliseu se comporta dessa forma. Então, o rei de Israel ficou desconfiado e perguntou: “Será que alguém está nos traindo?” Ele pensou que só alguém de dentro de Israel poderia saber onde ele estava montando seus acampamentos.
A audácia do inimigo estava em achar que ninguém mais poderia descobrir onde estavam seus acampamentos, a não ser alguém de dentro. Mas a Igreja não precisa de quem não tem aliança com Deus para ajudar em sua estratégia de crescimento. A Igreja tem livramento, crescimento e prosperidade ouvindo aqueles que são de Deus, recebendo de quem recebeu de Deus. Não precisamos de ninguém de fora para nos dar instruções sobre a estratégia do reino.
Então, um dos servos do rei responde: “Rei, não é isso, não é alguém de dentro que está nos traindo. Há um profeta em Israel que revela até as palavras que o senhor fala na sua própria câmara de descanso.” Eu pergunto à Igreja: Eliseu é onisciente? Quando algo impossível de ser sabido entre os homens é revelado, quem é glorificado? Eliseu tinha o ministério do Dom Profético. E é para isso que servem os dons: manifestar Deus, apresentar Deus, e não glorificar quem os possui.
Quando Paulo fala sobre os dons, ele trata deles nos capítulos 12 a 14 de 1 Coríntios. É interessante notar que, entre esses capítulos, há o capítulo 13, onde ele fala sobre o amor. Isso porque, sem amor, nenhum dos dons mencionados no capítulo 12 ou no capítulo 14 tem valor. No entanto, ao concluir a lista dos dons no capítulo 14, ele afirma que, quando o ímpio ou o leigo entre nós observar a manifestação dos dons, ele se prostrará e reconhecerá que Deus está entre nós. A manifestação dos dons é para a glória de quem os dá.
De forma implícita, vemos que o rei está surpreso com o conhecimento de Eliseu e, por meio disso, o Deus de Eliseu está sendo revelado. Deus nos dá dons, mas devemos lembrar sempre: a honra é somente d’Ele. Nunca se esqueça disso. A Igreja tem dons, tem capacidade, tem unção, tem o chamado, mas tudo isso é para que Ele seja glorificado. A honra é d’Ele porque, de Deus, por Deus e para Deus são todas as coisas.
A Igreja é cheia dos dons espirituais. Podemos adorar a Jesus, glorificá-Lo, e declarar o nosso amor por Sua graça concedida. Sabem o que o rei diz ao ouvir sobre esse conhecimento? Ele manda trazer o homem que tem esse conhecimento. Ele envia seu exército para buscar Eliseu. O tema é graça, juízo e providência. Israel está sendo livrado do inimigo pela graça de Deus, e Eliseu está sendo usado por Deus para proteger Israel, tudo pela graça. Quando o rei descobre que há alguém que sabe mais do que todo o seu exército, ele envia, no versículo 14, cavalos, carros e um grande exército para prender Eliseu. Ele manda isso para Dotã, onde Eliseu está. O rei faz isso porque, ao saber que o profeta tem conhecimento que ninguém mais tem, ele acredita que isso representa uma grande ameaça. O versículo 8 nos mostra que o rei estava em guerra com Israel, uma nação, e estava planejando suas estratégias para derrotar o inimigo, mas ao saber da presença de Eliseu, ele envia um grande exército, carros e cavalos. Ele manda preparar acampamentos em pontos estratégicos, mas tudo isso para prender um único homem, Eliseu. Isso nos mostra algo poderoso: um crente que ora é mais perigoso que uma nação inteira.